segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Jantar Bairro da Tebaida - 27 de Agosto de 2011

É já no sábado, pelas 20,30 horas, o jantar do Bairro da Tebaida na Tasca do Leta, atrás do antigo Casino Setubalense (Antigo Restaurante Escondidinho). Mais informações no Facebook, na página do Grupo do Bairro da Tebaida 
Para a história fica o menu:
Menú Tebaidense: 17.50€ por pessoa
Entradas (Queijo, Patés, etc)
Grelhada mista de peixe (Sardinhas, Dourada, Carapaus, Massacote)
Carne escolhida do menú em alternativa aos que não queiram peixe
Bebidas diversas (Vinho jarro, cerveja, refrigerantes, águas, etc)
Sobremesas diversas (mousse chocolate, salada frutas, baba de camelo, etc)
Café
5 litros de aguardente de Alfarroba a partilhar por todos os que queiram
Todas as outras bebidas alcoolicas são pagas á parte 

sexta-feira, 4 de março de 2011

O Bairro e arredores, noutros tempos

Fotografias de Américo Ribeiro
 1956- A Rua da Tebaida com o moinho e as casas da Quinta ao fundo à esquerda (não se vislumbram, ainda, quaisquer prédios)

 1958- O Hospital em construção

 1958- O espaço central que viria a ser relvado, e as piteiras dentro da Quinta, junto do muro 

1958 (?)- Rua Camilo Castelo Branco, perto do cruzamento da José Groot Pombo, à esquerda, com a General Gomes Freire, à direita. Foto tirada, provavelmente, da oficina de bicicletas do Hermes

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

AO MEU BAIRRO

Onde é que existe um bairro assim igual ao meu?
Que amou tanta geração que ali cresceu
Minha Tebaida onde brinquei e fui feliz assim
Agora cresci, mas a memória não tem fim

Em uma encosta desta bela cidade
Plantaram uma floresta de cimento
Dentro dela cresceram com felicidade
As famílias do nosso firmamento

Filhos da Tebaida somos todos nós
A rua era a nossa nação
Brincámos e gritámos até nos faltar a voz
Mas o que não nos falta é recordação

Amizades duradouras aqui se fizeram
E ainda depois de separados caminhos
O contacto mesmo assim mantiveram
Recordando os tempos velhinhos

Onde é que existe um bairro assim igual ao meu?
Que amou tanta geração que ali cresceu
Minha Tebaida onde brinquei e fui feliz assim
Agora cresci, mas a memória não tem fim

Hoje somos adultos, representamos gerações
Compete-nos perdurar esta memória
Para que no dia dia, nas preocupações
Não fique tudo só como mera história

Imortalizados pela ideia de um Dadinho
Temos relembrado na rede infinita
Um bairro que é nosso, por ele temos carinho
Recordar é viver, e não há coisa mais bonita

Em convívio á roda de uma mesa vos juntais
Idealizou um determinado Spirella
Agora que nos tornámos muitos mais
Difícil será sentar tamanha clientela

Onde é que existe um bairro assim igual ao meu?
Que amou tanta geração que ali cresceu
Minha Tebaida onde brinquei e fui feliz assim
Agora cresci, mas a memória não tem fim

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Percorrer o Bairro da Tebaida, pela numeração e começando por baixo

As fotografias espelham as edificações do Bairro, podendo não recolher unanimidade a consideração de alguns prédios no início da Rua António José Baptista, mas é um facto que vários miúdos e miúdas ali viveram e o Bairro da Tebaida faz parte do seu imaginário e das suas memórias. Podemos olhar as imagens e, sem recurso a meios informáticos, estou certo seremos capazes de ver os sítios com os olhos de há 50, 40, 30 ou menos anos, num retoque mágico que nos faz voltar à nossa meninice, numa viagem pela geografia dos sentimentos e pela cartografia dos afectos. Este é o encanto da idade, ter história e passado, e poder fazer o exercício da imaginação de forma retrospectiva acerca de nós, o nosso mundo, num espaço e num certo tempo.
(a António José Baptista com a Rua da Tebaida-prédio novo)
(a Rua da Tebaida, do lado da estação)
(A Praceta de baixo)
(A Praceta do meio-prédios novos)
(A Praceta de cima)
(A Rua, do lado do Hospital)
(A Rua Jardim de São Bernardo)

Os quintais, nas traseiras dos prédios também eram espaços de brincadeira

(quintais da parte de baixo da Rua)
(quintais da Praceta de baixo)
(quintais da Praceta de cima)
(quintais da parte de cima da Rua)
Quintais da Rua Jardim de São Bernardo)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ESCOLARIDADE PRIMARIAMENTE OBRIGATÓRIA

Com 7 anos fui estudar para a Escola Primária do Bairro Salgado.
Tinha como colegas de classe o Mário Trinca e o André Costa e acho que a partir da terceira classe (se não segunda) íamos sempre juntos a pé para a escola.
Era uma escola já velha, com paredes cheias de rachas e soalhos de madeira (aliás, muito identica á da série Conta-me como foi), e tínhamos uma professora, a D. Antonieta, que era um doce, mais amiga ou segunda mãe do que educadora, sem deixar de o ser. Ao contrário de outros professores na escola, nunca usou a régua. Deixou-nos dar largas aos nossos talentos e deu-nos as fundações para aquilo que estou agora a aplicar: Escrever e fazer sentido.
Guardo como recordações fortes, polaroids desse tempo se quiserem, as brincadeiras no pequeno recreio atrás da escola, que dava para a Gama Braga, onde jogávamos á bola; O André ter enfiado o braço pelo vidro de uma das janelas da sala, descarnando-o até ao osso; As paixões pela Maria João Borrego, quando todos suspiravam pela Margarida e pela Xana; O Mário a subir um portão alto em meio segundo, a fugir de um cão; O medo do velhote dos papelões que vivia na entrada da Quinta do Novais na Portela ao lado da lavagem, quando lá passávamos de e para a escola; O fim da escola primária, o desgosto de me despedir da D.Antonieta e as juras de a continuar a visitar, o que aconteceu até a escola ser demolida para dar lugar a um moderno prédio.
Nesta escola fui feliz, e a amizade que construi com o Mário e com o André manteve-se ao longo dos anos,  apesar dos nos termos distanciado pelo rumo das nossas vidas, mas acredito que eles também naquela escola foram felizes.

A MINHA VELHA INFANCIA

     Tive de facto uma infancia feliz.
      Terceiro filho já tardio, sempre fui mimado pela família, e por isso com muito amor á volta.
      Morando num bairro pacífico, crescer aqui foi fácil e calmo. As famílias eram famílias normais e o sentimento de vizinho e de bairrismo existia e todos se cumprimentavam.
      No centro deste vortex de pessoas estava, a meu ver o café do bairro, do Sr. Zé, onde se faziam as compras e se punha a conversa em dia. Não haviam hipers e os supers eram quase do tamanho dos minimercados de hoje e em pouca quantidade. Comprava-se no Sr. Zé o leite, o pão e o resto dos bens essenciais.
      O maior estabelecimento em Setúbal na altura era o Pão de Açucar (Agora Pingo Doce) na Av. Luísa Todi, mesmo ao lado do Mercado do Livramento, onde os meus pais iam uma vez por semana ás compras (Por regra á sexta). De resto, algumas mercearias em alguns bairros faziam o papel que o Sr. Zé fazia no nosso.
      Olhando bem para trás, vem-me á memoria brincar na praceta, ainda só terra, e de usar um carro abandonado mesmo em frente á oficina como refúgio de dias chuvosos ou como portal para mundos alternativos imaginários.
      Recordo-me de estar a brincar perto do Sr. Zé em 74 ou 75 e olhar para baixo em direcção á estação e ver pessoas a correr á frente da policia em direcção á Praça de Touros na Antonio José Batista. Não percebendo nada do assunto, achei que tinha concerteza a ver com política, com o governo. Talvez fosse.
      Lembro-me também do meu primeiro crime (involuntário) quando nas obras do largo para o futuro Cidade de Magdeburgo ter atirado uma pedra ao ar e ter provocado o desaparecimento prematuro de um cachorro, que pertencia acho eu aos Taquelins.
      Depois, na inauguração, em 76, com 6/7 anos fui encarregue de entregar em conjunto com a Claudia (filha da Keta) ramos de flores ao Presidente da Câmara de Magdeburgo. Foi com orgulho que fiz aquela caminhada entre o café do Sr. Zé e o Largo, rodeado de adultos. A minha irmã Anisabel fazia parte da comissão de moradores que organizou a recepçao ao dignitário, denominada Bairros Tebaida e Baptista.
      São estas algumas das memórias mais antigas que tenho da minha vivencia no Bairro da Tebaida.